CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DA PERSONAGEM JADINE CHILDS NO ROMANCE PÉROLA NEGRA DE TONI MORRISON

Fabrina de Oliveira Souza
Graduada em Letras habilitação Português/Inglês
Wellington Neves Vieira
 Mestre em Crítica Cultural.  Professor titular da Faculdade Sete de Setembro-Fasete, em Paulo Afonso-BA e do Centro Universitário do Vale do São Francisco-CESVASF, em Belém do SãoFrancisco-PE.


RESUMO
O objetivo do presente trabalho é analisar o processo de transformação da identidade cultural da personagem Jadine Childs. Além disso, utilizar como análise a obra Pérola Negra da escritora Afro-Americana Toni Morrison. A metodologia utilizada para desenvolver o trabalho foi através de estudos bibliográficos de grandes autores como Woodward (2009),Silva (2009),Hall (2006), Giraudo (1997) e também de artigos publicados na internet. Os resultados mostram que a personagem Jadine Childs, uma negra que ascende socialmente e se integra com os brancos, passa por um processo de transformação identitária cultural e abandono de suas raízes. No primeiro tópico abordaremos sobre a vida e obra da escritora Afro-Americana Toni Morrison, sua luta pelos seus valores e sua contribuição para a Literatura Afro- Americana e no segundo tópico; investigamos o conceito de Identidade e Metamorfose identitária que nesta pesquisa é representada sobre a personagem feminina Jadine Childs; e no terceiro tópico fazemos uma leitura da obra sobre a questão da transformação identitária cultural da personagem Jadine Childs, a partir da sua busca do auto-amor e da auto-afirmação. Apesar dos seus encontros com mulheres com valores culturais negros, a realização do auto-amor da personagem se constrói em relação aos valores culturais distintos.
PALAVRAS CHAVES: Literatura (Afro-americana), Jadine Childs, Toni Morrison.
ABSTRACT
The purpose of this study is to analyze the process of transformation of the cultural identity of the character Jadine Childs. In addition, use as Black Pearl work analysis of African-American writer Toni Morrison. The methodology used to develop the work was through bibliographic studies of great authors like Woodward   (2009), Silva (2009), Hall (2006), Giraudo (1997) and also of articles published on the internet. The results show that the character Jadine Childs, a black woman who is socially and integrates with the whites, goes through a process of identity transformation and cultural abandonment of its roots. In the first chapter we will discuss about the life and work of African-American writer Toni Morrison, his fight for their values and their contribution to African-American Literature. in the second chapter we will discuss about  the concept of identity and Metamorphosis of identity represented on the female character Jadine Childs ; and in the third chapter we take reading of the work will address the question of cultural identity transformation of character Jadine Childs, from its pursuit of self-love and self-affirmation. Despite his encounters with women with black cultural values, the self-love of character is built in relation to cultural values.
KEYWORDS: Literature (African-American), Jadine Childs, Toni Morrison

INTRODUÇÃO
O objetivo do presente trabalho é analisar o processo de transformação da identidade cultural da personagem Jadine Childs. Além disso, utilizar como análise a obra Pérola Negra da escritora Afro-Americana Toni Morrison. A metodologia utilizada para desenvolver o trabalho foi através de estudos bibliográficos de grandes autores comoWoodward (2009),Silva (2009), Hall (2006), Giraudo (1997) e também de artigos publicados na internet. Os resultados mostram que a personagem Jadine Childs, uma negra que ascende socialmente e se integra com os brancos, passa por um processo de transformação identitária cultural e abandono de suas raízes.A título de melhor compreensão do tema em questão, esse trabalho  foi dividido em três tópicos.
No primeiro trataremos da biografia da escritora Afro-Americana Toni Morrison, analisando um pouco de sua trajetória de vida, conhecendo suas obras, como também o seu estilo, ou seja, sua estética, seu comportamento enquanto escritora, confrontando suas experiências de vida com suas obras literárias.
No segundo, abordaremos o conceituando de Identidade Cultural, tem como fundo teórico a posição alguns autores, como, Silva (2009) Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais, Hall (2006) em Identidades culturais na pós-modernidade, Woodward (2009) Identidade e Diferença: uma introdução teórica e conceitual, e artigos publicados na internet por outros pesquisadores e na própria obra literária de Toni Morrison.
No terceiro e último tópico, analisaremos a obra Pérola Negra, seu enredo, onde o romance é todo ambientado fora dos Estados Unidos, com o intuito de compreender, como a personagem principal Jadine Childs do romance, passa por momentos de Metamorfose identitária, ou seja, esse momento de transformação e sofre uma crise de Identidade cultural, no qual estar inserida. Ao contrário de todos os demais romances de Morrison, ambientados em comunidades negras isoladas, insulares.

1.      Toni Morrison Vida e Obra
Toni Morrison que nasceu em 1931 em Lorain - Ohio, Estados Unidos. Filha de operários era a única criança negra na sala de aula do curso primário. Em 1970 publicou seu primeiro livro, The Bluest Eye. Lecionou literatura negra e técnicas de ficção em Yale e no Bard College, mas, seu principal interesse atual seja escrever. Com o seu livro Song of Solomon, pubicado em 1977, despertou na crítica literária norte-americana a atenção pelas suas escritas, a qual considerou a obra como a melhor do ano. Desde, então passaram a escrever sobre a autora e suas obras. Em 1988 recebeu o Prêmio Pulitzer com Beloved e em 1993 recebeu o Prêmio Nobel de literatura. Com nove obras escritas a autora navega nas experiências das mulheres negras dos Estados Unidos, mais genericamente durante o século XIX e XX. Contudo, Beloved foi o romance mais amplamente visado e comentado pela crítica, antes e depois da premiação da autora. Porém, em obras anteriores, elementos históricos houvessem se integrado ao contexto ficcional, foi em Beloved que eles se manifestaram mais intensamente.
Os romances de Toni Morrison têm sido exaltados pela crítica literária norte- americana pelo seu estilo versátil de problematizar questões relacionadas às comunidades afro-americanas. As temáticas morrisonianas produzidas nos últimos quarenta anos versam temas pautados nos problemas da resistência cultural e política das comunidades negras dos Estados Unidos, envolve relações raciais, construção da identidade negra, espiritualidade e a sexualidade, segundo Rigney (1991,p. 08). “Morrison alson sings her work [...] images of music pervarde her work, but so also does a musical quality of language, a sound and rhythm that permeate and radiate in every novel” A música em seus romances é mais uma estratégia para situar o movimento do negro norte-americano. Morrison expressa à riqueza da voz negra nos estilos do Jazz e Blues e outros ritmos musicais para desenhar o significado cultural por meio da música e assim anunciar a fortaleza cultural e racial dos afro-americanos.

 She is a myth basher in a country where writes have been canonized for creating and perpetuating the myths that form the foundation of the American way of thinking: the cult of domesticity and true womanhood, romantic love and ideal standards of beauty, capitalism and the protestant work ethic, western culture and its obsession with modern technology, Christianity and science, and the collective notion of reality. (HEINZE 1999, p. 03)

Como se pode verificar, Toni Morrison conquista a sociedade e a crítica literária americana pelo seu estilo peculiar de direcionar os seus personagens nos contextos de desordem políticas, sociais, econômicas, culturais e de conflitos étnicos que a escrita negra de Morrison elucida, ela sonda de modo bastante criativo o dilema da negritude americana que batalha para alcançar a prosperidade e independência racial sem romper os laços da ancestralidade que são responsáveis por sustentar a identidade dos afro-americanos.
São inúmeras táticas utilizadas por Toni Morrison para sustentar o discurso de uma política de resistência racial. Para isso se faz necessário analisarmos o conceito de Identidade cultural explorada no próximo tópico.

2.      Conceitos de Identidade Cultural

A identidade nada mais é do que um conjunto de características próprias e individuais de uma pessoa. A construção de uma identidade envolve muitos fatores, frequentemente, busca reivindicar questões sobre quem pertence ou não pertence a um determinado grupo identitário, outros se baseiam a qual etnia ou parentesco está relacionado, investiga a verdadeira origem da sua história e do seu passado, além da sua condição social e material. 
Schneider (2008, p.17) frisa a respeito da identidade: “referimo-nos a “identidades” no plural porque as compreendemos como “constantemente em processo de formação, e não como algo fixa totalmente finalizada e determinada”. A respeito à identidade, sempre estar em processo de formação, e são construídas dentro do discurso, cultural constantemente em processo de mudança e transformação.
 Com relação à Literatura, a interface se faz, principalmente, no que concerne aos estudos culturais vinculados à análise do processo que dialoga com a questão da identidade do sujeito e da identidade cultural.  Segundo Adotevi citado por Mamoel (1995) em seu artigo que fala a respeito da Identidade Histórica dos Povos Negros diz que:
(...) a posse de si por si mesmo que ele busca na 'particularidade' deve impulsioná-lo a exigir uma ação que coloque fim ao sistema histórico que o tem situado fora da história. O reconhecimento da identidade negra passa necessariamente pela reapropriação prática de sua essência de homem e, naturalmente, pela destruição do sistema que o tem negado enquanto homem... A tomada de consciência do negro deve significar uma mudança do curso das coisas, uma nova interpretação da cultura, uma orientação nova da existência: uma revolta consciente. Não mais se trata de reconhecer ao negro uma existência teórica, mas de reencontrá-lo na afirmação contra sua dupla negação: a escravidão e a colonização. (p.07) Disponívelem:http://www.solidarius.com.br/mance/biblioteca/africa.htm,acessado no dia26/04/2014, às17: 20. [2]

Entretanto o reconhecimento da identidade negra passa pela reapropriação da sua essência, e pensar na tentativa de inverter as condições que foram postas pela colonização. Que esta afirmação se realize ao nível teórico de uma ciência antropológica, mas sim de maneira prática na história real dos povos negros.
Tendo como base os conceitos de Stuart Hall, o autor considera o conceito de identidade complexo, mas isso não o impede de formular discussões e suscitar a reflexão em torno da idéia de que as identidades estão sendo descentradas, ou seja, deslocadas, fragmentadas. Segundo Hall em (2006) fala a respeito da identidade cultural na pós-modernidade, o autora apresenta três concepções de identidade, em diferentes períodos históricos:       
O sujeito do Iluminismo caracteriza-se por ser um indivíduo unificado, centrado e dotado de razão cujo “centro”, seu núcleo interior, praticamente não se alterava ao longo de sua existência. Trata-se, portanto, de uma concepção individualista do sujeito e de sua identidade. Por outro lado, o sujeito sociológico refletiria a complexidade do mundo moderno porque seu “núcleo interior” configura-se na relação com as outras pessoas, logo, é uma concepção interativa da identidade que se forma a partir da relação entre o eu e a sociedade. Já o sujeito pós-moderno não apresenta uma identidade fixa ou essencial, pois ela é formada e transformada continuamente. Além disso, não se trata de apenas uma identidade, mas de várias, as quais são, algumas vezes, contraditórias ou não resolvidas. Assim, essa concepção de identidade é provisória e perturbadora. (p.10-12)
Dessa forma compreendem-se os elementos que aquele sujeito, previamente havia vivido como tendo uma identidade unificada e estável, está se tornando fragmentado.  Ressaltando o fato de que a sociedade moderna define-se por seu caráter de mudança constante, rápida e permanente, além de ser caracterizada pela diferença, ou seja, inúmeros aspectos e contradições sociais que geram diferentes identidades para o sujeito. 
E além das mudanças ao longo da História, há outro aspecto relacionado à questão da identidade, o qual consiste no caráter de mudança da modernidade tardia, primordialmente, o processo de globalização e sua incidência sobre a identidade cultural. Segundo Mercer (1990) citado por Hall (2006) a respeito da identidade cultural na pós-modernidad
De forma crescente, as paisagens políticas do mundo moderno são fraturadas dessa forma por identificações rivais e deslocante-advinda, especialmente, da erosão da “identidade mestra” da classe e da emergência de novas identidades, pertencentes á nova base política definida pelos novos movimentos sociais: o feminismo, lutas negras, os movimentos de libertação nacional, os movimentos anti nucleares e ecológicos. (p.21)

Todo e qualquer processo de identidade passa por muitos destes fatores, assim como o que ocorreu com o negro quando passou a lutar pela afirmação da sua própria identidade, que por um longo período histórico permaneceu retraída e sem identificação nos países ao qual havia sido conduzido. Surgindo assim grandes movimentos de libertação, lutas negras pelas igualdades sociais e o feminismo, movimento de grande importância para a literatura afro-americana. 
 Schneider (2008, p.25) frisa: “O sujeito do feminismo sobrevive nos tempos pós-modernos, embora ele tenha se tornado menos identificado com o centro, com os ‘paradigmas apropriados’ conforme o olhar ocidental hegemônico”. Essa sobrevivência se dá pela necessidade ainda atual de questionar a supremacia hegemônica masculina nas instituições sociais, o que mantém os conceitos de identidade, subjetividade e subversão dentro da área de interesse dos sujeitos do feminismo, mesmo que para apontar as suas lacunas.
A alienação imposta pelo branco começa a ser desfeita a partir do momento que o negro passa a caminhar em busca da valorização da sua própria cultura nos países para o qual foi levado, pois até um determinado período da história do negro.A luta dos negros por uma autenticidade cultural, político e social sempre caminhou com a finalidade de buscar sua própria identidade colocando de forma distinta e existencial a sua condição negra.
 Essa constante necessidade de reconstruir, de reafirmar uma origem é perceptível na produção literária de Toni Morrison. Segundo Hall em (2006, p.62): “Não existe nação que mantenha características puras. Na verdade o que existe, são marcas simbólicas que diferenciam determinado povo de outro. As nações modernas são todos híbridos culturais, porque são compostos de povos de varias etnias e culturas.”
Por tanto a identidade cultural tornam-se determinante a partir da auto-afirmação das comunidades, em que seus integrantes insistem em manter as particularidades existentes em determinado povo do outro. Sendo assim a identidade possui como fundamento a historia, a cultura, a língua, e outros elementos culturais.
Para Hall (2009, p.08) em relação à identidade: “A representação atua simbolicamente para classificar o mundo e nossas relações no seu interior.” Essas identidades adquirem sentido por meios da linguagem e dos sistemas simbólicos, pelos quais estão representados ao meio aos quais estão envolvidos.  Segundo Hall (2009, p.10-11) frisa que:

Esta identidade marcada pela diferença tem símbolos concretos que ajuda a identificar nas relações sociais quem é, por exemplo, mulher e quem não são. Assim a construção da identidade é tanto simbólica quanto social e a luta para afirmar uma ou outra identidade ou as diferenças que os cercam tem causas e consequências materiais. Por exemplo, “os homens tendem a posições-de-sujeito para as mulheres tomando a si próprio como ponto de referencia, sendo assim as mulheres são as significantes de uma identidade masculina partilhada. A identidade é marcada pela diferença, mas parece que algumas diferenças – neste caso entre grupos étnicos – são vistas como mais importantes que outras, especialmente em lugares particulares e em momentos particulares.

Assim essa construção de identidade tanto ela é simbólica quanto social, sendo assim a identidade nacional é marcada pelo gênero. As mulheres não fazem partem desse cenário, embora existam, e ocupam outras posições nacionais e étnicas.
Para justificar o conceito de identidade, precisamos examinar como a forma de identidade se insere no circuito da cultura. Tomando a diferença e a identidade como elemento constitutivo de um grupo cultural, como aconselha o autor, pode-se pensar que, nesta comunidade imaginada da personagem Jadine Childs afro-americana da obra de Toni Morrison, a diferença identitária é seu aspecto mais característico. Segundo Hall (2009,p.16):
Para compreender o que faz da identidade um conceito tão central, precisamos examinar as preocupações contemporâneas com questões de identidade em diferentes níveis. Na arena global, por exemplo, existem preocupações com as identidades nacionais e com as identidades étnicas; em um contexto mais local, existem preocupações com a identidade pessoal como, por exemplo, com as relações pessoais e com a política sexual.

Sendo assim a identidade nesse contexto é analisado em níveis diferentes, em que marca uma comunidade cultural, local, ou nacional, não é uma lista de igualdades, mas, ao contrário, um conjunto de diferenças. Ele esclarece que ela é formada e transformada continuamente em relação às formas pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam. Segundo Hall em (2009, p.109), a construção da identidade de determinados indivíduos ou grupos, se organizam a partir de narrativas construídas do imaginário, do seu tempo histórico:
É precisamente porque as identidades são construídas dentro e não fora do discurso que nós precisamos compreendê-las como produzidas em locais históricos e institucionais específicos, no interior de formações e práticas discursiva especificas, por estratégias e iniciativas especificas. Além disso, elas emergem no interior do jogo de modalidades especificas de poder e são, assim, mais o produto da marcação de diferença e da exclusão do que o signo de identidade em seu significado tradicional- isto é, que tudo inclui uma identidade sem costuras, inteiriça, sem diferenciação interna.
 A identidade é estabelecida a partir do ponto de encontro entre os indivíduos. Acima de tudo, e de forma diretamente contrária, as identidades são construídas por meio da diferença e não fora dela. O discurso do poder dominante tem suprimido qualquer tentativa de busca por uma identidade dos excluídos, ou porque desconsidera pela questão da diferença ou porque nega a pela a existência do outro. De acordo com Silva (2009, p.88) diz que:

Diásporas, como a dos negros africanos escravizados, por exemplo, ao colocar em contato deferentes culturas e ao favorecer processos de miscigenação, colocam em movimento de hibridização, sincretismo e crioulização cultural que, forçosamente, transformam, desestabilizam e deslocam as identidades originais.

 Entretanto essa mistura entre as diferenças de etnias, diferenças entre raças, favorece a esse processo de hibridização analisados dentro do contexto culturais, como fundamentalmente separadas e divididas. 
Em A identidade cultural na pós-modernidade, Stuart Hall (2006, p.38) discorre especialmente sobre a questão das identidades nacionais fragmentadas. O autor caracteriza-a como “algo formado, ao longo do tempo, através de processos inconscientes, e não algo inato, existente na consciência no momento do nascimento.” As identidades nacionais existem sempre em algo “imaginários” ou fantasiosos, ela estar sempre incompleta, estar sempre em processo ou sempre sendo formada dentro do nosso exterior.
Para a pesquisadora Kathryn Woodward (2009, p.21) quando fez uma introdução conceitual sobre a relação entre identidade e diferença, deu ênfase ao aspecto da migração para entender a formação da identidade cultural, pois segundo ela, “a migração produz identidades plurais, mas também identidades contestadas, em um processo que é caracterizado por grandes desigualdades”.
Entretanto motivados pela necessidade econômica, muitas pessoas tem passado por esse movimento de imigração que tem impactos tanto sobre o país de origem quanto sobre o país de destino, sofrendo assim, por essa identidade contestada. Para Kathryn Woodward ela frisa que: “As identidades em conflito estão localizadas no interior de mudanças sociais, políticas e econômicas, mudanças para as quais elas contribuem” (WOODWARD, 2009, p.25). 
Neste sentido, as mudanças e as transformações passam por novas formas de posicionamento em que esses conflitos entre diferentes identidades, em que a luta e a contestação estão concentrados na construção cultural da identidade. Segundo Silva (2009, p.91) frisa que:

É também por meio da representação que a identidade e a diferença se ligam ao sistema de poder. Quem tem o poder de representar tem o poder de definir e determinar identidade. É por isso que a representação ocupa um lugar tão central na teorização contemporânea sobre a identidade e nos movimentos sociais ligados à identidade.

Entretanto questionar a identidade e a diferença significa, nesse contexto, questionar os sistemas de representação. A identidade e a diferença adquirem sentido quando passam a existir. Contudo a identidade e a diferença são estreitamente dependentes da representação. É por meio da representação, assim compreendida, que a identidade e a diferença adquirem sentido.
Entretanto, a luta dos negros por uma autenticidade cultural, político e social sempre caminhou com a finalidade de buscar sua própria identidade colocando de forma distinta e existencial a sua condição negra. A importância do conceito de identidade, estar presente na obra de Toni Morrison, em relação à personagem Jadine Childes, que vai a busca da construção da sua identidade, assim como a procura do lugar do eu, a relação do individual e do social, a relação do branco com o negro, a busca pela identidade cultural.

3.      METAMORFOSE IDENTITÁRIA DA PERSONAGEM JADINE CHILDS NO ROMANCE PÉROLA NEGRA
3.1 Apresentações dos personagens e Enredo da Obra
O romance Perola Negra em como personagens principais Son e Jadine, ambos com ascendência negra, mas que vivenciam mundos totalmente diferentes. Son é um homem pobre, sem estudo, que demonstra orgulho de ser negro e valoriza suas origens. Certo dia, ele foge da Florida, pois estava sendo acusado de matar sua própria esposa e aparece na propriedade dos Streets, situada em uma ilha do Caribe. Depois de certo tempo, Son acaba sendo acolhido pelos Streets, uma família branca cujos empregados domésticos Sidney e Ondine são tios de Jadine, criada por eles desde a infância. Através do incentivo financeiro fornecido pela família Street, Jadine se tornou modelo, além de ter se formado em História da Arte pela conceituada Sorbonne. Na casa vive Valerian Street, um fabricante de doces aposentado da Filadélfia e sua esposa Margaret e seus velhos criados negros Sidney e Ondine.
Visita-os Jadine, a sobrinha mulata de Sidney e Ondine, que ultimamente tem vivido em Paris como modelo de sucesso cortejada por milionários brancos. Jadine deixou Paris, aliás, para refletir sobre uma proposta de casamento feita por um milionário europeu que, entres outras coisas, deu- lhe de presente um casaco feito com peles de bebês-focas. Somam-se a eles três negros nativos, Gideon, Thérése e Alma Esté, contratados para cuidar do jardim e da lavanderia.
Com a chegada de Son a casa dos Streets, Son causa um grande rebuliço na vida das outras personagens, cada uma respondendo a sua intrusão de maneira diversa mais sintomática. Margaret ao perceber a presença de Son, ela encarna a fantasia típica do estupro de mulher branca por um negro: o que mais poderia estar um negro fazendo no closet de uma mulher branca senão esperando para estupra - lá? Son não é um estuprador, mais Margaret de alguma forma trai sua própria culpa por haver maltrato seu filho ainda bebê.
Valerian convida Son para ficar, emprestando-lhe roupas e convidando-o a tomar lugar do seu filho Michael á mesa durante a ceia de Natal. Sidney e Ondine, Negros da Filadélfia, desprezam a aparentemente a rudeza de Son. Já os criados nativos, ao contrário, desde o início simpatizam com Son e o ajudam especialmente Thérése, uma velha cega que encarna para Son uma espécie de mãe substituta. Jadine se sente atraída por ele Son, mas ao mesmo tempo o despreza.
Son é na verdade a encarnação da negritude, para a jovem mulata formada em história da arte e com uma história familiar de esforços no sentido de respeitabilidade num mundo racista, Son um negro que não pode custear-lhe casacos caros e nem pagar vôos transatlânticos, como jadine estar acostumada a ter uma vida de luxos, o comportamento de Jadine com relação à Son, assim, vai do afastamento aceitação.
Diante disso, Son resolve“resgatar” Jadine do mundo branco ao levá-la para a sua terra natal, Eloe, Florida. No entanto, sua tentativa não tem sucesso, uma vez que Jadine, embora tenha aceitado viajar com ele, não consegue transitar nesse universo tipicamente negro. Ao chegarem ao vilarejo, Son encontra um velho colega dos tempos de Exército e os dois começam a conversar – eles falam o dialeto African American English[3].
Jadine não entende essa linguagem, que para ela remete à falta de cultura e à pobreza, mas de qualquer forma, tenta interagir com outras mulheres. Son, por sua vez é um veterano do Vietnam que matou a mulher adúltera alguns anos após a guerra, é nominalmente um fugitivo da lei. Suas andanças , no entanto, têm origem em algo mais que o simples medo da prisão. Sua vinda á ilha representa para ele um confronto necessário com sua possibilidade de identidade.
 Apesar de todo o seu esforço para se adequar àquela comunidade, Jadine não se identifica com ela e começa a se desentender com Son. Mais Son se apaixona por Jadine e ela decide educar Son e fazer dele um príncipe africano, comprando-lhe roupas e matriculando-o em cursos na Colúmbia e na SUNY[4]. Son, por sua vez, pretende deixar Nova Iorque levando-a consigo. Seu relacionamento acontece entre a Flórida e Paris, mais não dura por muito tempo, e por lá mesmo eles finalmente se despedem um do outro.
Jadine parte para a ilha, e dali para Paris. Ao escolher a Europa, ela prefere, em ser ela mesma, antes que negra ou branca, ela rejeita toda noção de uma identidade cultural. Son deixa Nova Iorque, ele volta á ilha, aparentemente para buscar o endereço de Jadine em Paris. Mais Son acaba se juntando aos cavaleiros cegos da lenda que empresta o nome a ilha. Esses cavaleiros, segundo a lenda, são os descendentes dos primeiros africanos trazidos pelos franceses as Antilhas, que ficaram cegos no instante em que viram a terra de seu futuro cativeiro.
O navio que o transportavam foi a pique, e eles boiaram até a praia, onde haviam chegados também alguns cavalos trazidos pelo navio. Son se junta aos cavaleiros e engajado no exercício da memória de suas antigas propriedades: as dádivas de uma história compartilhada e de uma ancestralidade cultural redescoberta.

3.2              A identidade cultural de Jadine Childs no romance- Pérola Negra
Neste ambiente textual será feita uma breve análise da personagem Jadine Childs, em Tar Baby (Pérola Negra), da autora americana Toni Morrison. O romance de Toni Morrison retrata essa metamorfose identitária da personagem, que apresenta em comum o fato de ter ascendência negra, mas evidencia um tom claro de pele. Isso faz com que ela possa, dependendo do contexto em que está inserida, “passar” como branca. Conceituando o que venha a ser Metamorfose, usando como base o seguinte artigo de VIEIRA (1998) apud VELHO (1994) ele frisa que:
Os indivíduos, mesmo nas passagens e trânsitos entre domínios e experiências mais diferenciadas, mantêm, em geral, uma identidade vinculada a grupos de referência implementada através de mecanismos socializadores básicos contrativos, com família, etnia, região, vizinhança, religião, etc. (p.29)

Ou seja, os indivíduos modernos nascem e vivem dentro de culturas e tradições particulares, o sujeito sofre contrastes culturais com a sua cultura de origem, que origina metamorfoses culturais nos projetos culturais, no qual estar inserido. Os indivíduos sempre estão em permanente construção. Ainda citando VIEIRA (1998) apud VELHO (1994, p.39) ele frisa:
(...) os indivíduos modernos nascem e vivem dentro de culturas e tradições particulares, como seus antepassados de todas as épocas e áreas geográficas. Mais, de modo inédito, estão expostos, são afetados e vivenciam sistemas de valores diferenciados e heterogêneos. Existe uma mobilidade material e simbólica sem precedentes.(p.29)

Dessa forma, a personagem Jadine optou por sua assimilação aos valores hegemônicos brancos, deixando de lado suas raízes negras em diversos aspectos, incluindo a linguagem. Jadine sente aversão à presença de Son na casa dos Streets, e coloca-o em um patamar de inferioridade, destacando, por exemplo, seus “cabelos agressivos, selvagens, viçosos, que deveriam estar presos em segurança para não atacarem. Cabelos de prisioneiro”. (MORRISON, 1981, p.140)
Jadine mais uma vez retrata essa metamorfose identitária, quando na verdade fica clara a sua não identificação em relação a sua imagem de negritude. Por tanto há esse confronto de transformação identitária por parte da personagem, ou seja, a não aceitação da sua negritude.
Gostaria de casar-se com ele, mas... E ele? Será que queria realmente casar-se com ela, ou apenas com uma garota negra? Se ele não estivesse encantado por mim, mas sim pelo mito da mulher negra, o que aconteceria quando descobrisse que eu detesto usar argolões exóticos, que não preciso esticar os cabelos, que o cantor Mingus[5] me dá sono e que muitas vezes gostaria de sair de dentro da minha pele e ser somente uma pessoa, eu mesma, não uma americana, uma negra, mas apenas eu, um ser humano?(MORRISON 1981, p. 59.)

 A personagem deseja ser vista pelo noivo parisiense como um ser humano, como uma pessoa normal, com suas características peculiares. Ela é negra, mas negas os seus aspectos culturais, que não desenvolveu o sentimento de identidade afro-americana. Cuja concepção de sua etnia é pessoal e abrange a dimensão do humano.
Resultando em uma transformação inacabada e fragmentada. Essa metamorfose da personagem Jadine, é formada e transformada continuamente em relação à forma pela qual ela vive e interpelada nos seus sistemas culturais. A decência que Jadine associa às duas famílias é que a faz ser grata ao tipo de responsabilidade que os Valerians e os Childs têm para com ela, profissional e emocionalmente. Órfã de pai e mãe na infância, ela encontra apoio nas duas famílias.

Vai depender do que está pretendendo conosco.
 -- Conosco? Você está se chamando de conosco?
 -- Claro. Eu vivo aqui.
 -- Mas você... Você não é um membro da família. Quero dizer, você não pertence a ninguém daqui, não é?
 -- Pertenço a mim mesma. Mas vivo aqui. Trabalho para Margaret Street. 
Valerian e ela são... Como diria... Meus protetores. Sabe o que isso significa?
 -- Que eles tomam conta de você.
Alimentam, e tudo o mais...
 -- Que me educaram. Pagaram minhas viagens, minhas estadas, minhas roupas, minha escola. Minha mãe morreu quando eu tinha apenas doze anos. E meu pai, quando eu estava com dois. Sou órfã. Sydney e Ondine são meus únicos parentes vivos. Valerian fez o que ninguém ao menos ofereceu. (MORRISON 1981, p. 145-146)

Jadine a personagem atua como uma media intercultural entre negros e brancos, criando uma pluralidade de identidades impostas pelos valores vitoriosos de um mundo branco, ocorrendo assim à fuga de uma definição, ou seja, de uma identidade negra.
Jadine reage dizendo que pertence àquela família branca pelo trabalho que tem, pela aceitação que alcançou, pela atenção que recebe, e por tudo que os Streets fizeram por ela no passado e continuam fazendo, agora. Em resposta a Son, Jadine afirma que Valerian fez muito por ela e que, naquela casa, se sente a pessoa que ela sempre quis ser, juntamente com os Streets e na companhia dos tios.
Por meio desse romance, surgem questionamentos a respeito da crise da identidade da personagem, seja por suas atitudes e pela sua forma de pensar. Existem vários tipos de identidade, mas, todas são levadas para o mesmo conceito, que seria a busca de sua imagem verdadeira, a sensação de descobrimento de quem e o que somos tanto individualmente quanto para a sociedade onde cada indivíduo é dotado de cultura.
A respeito às diferenças é preponderante porque, para Hall (2001, p.62), o que marca uma comunidade cultural – local, ou nacional – não é uma lista de igualdades, mas, ao contrário, um conjunto de diferenças. Por isso, ele recomenda que “em vez de pensar as culturas nacionais como unificadas, deveríamos pensá-las como constituindo um dispositivo discursivo que representa a diferença como unidade ou identidade.”
A personagem Jadine sofre uma crise de identidade nesse cenário dual onde ela vive, sendo assim a identidade está sempre em processo de formação. Entretanto, é a partir das relações estabelecidas com outro meio social que a personagem Jadine Childs passa por um processo de renascimento em que luta para afirmar sua própria identidade. Sendo esse processo de construção algo continuo, por ser a identidade formada, ao longo do tempo, a partir das experiências com meio externo.
Sendo esse processo de construção algo continuo, por ser a identidade formada, ao longo do tempo, a partir das experiências com meio externo. Todo o romance é embasado na construção da identidade da personagem: “Jadine deixou Paris, aliás, para refletir sobre uma proposta de casamento feita por um milionário europeu que, entres outras coisas, deu- lhe de presente um casaco feito com peles de bebês-focas. (MORRISON apud GIRAUDO, 1997, p. 80).
Na narrativa há o processo de assimilação cultural que é aquilo que uma cultura adquiriu da outra implicando ou não na perda da sua, esse processo é veiculado no envolvimento da personagem negra Jadine com os brancos, que faz com que ela absorva o pensamento de bens materiais da sociedade capitalista branca. O relacionamento da personagem Jadine com os brancos e a sua caracterização com o casaco de pele de foca, como já foi mencionado, é visto como um processo de assimilação cultural. Essas vestimentas no contexto literário do romance pertencem à sociedade dominadora.
Em a identidade cultural na pós-modernidade Hall (2006, p.38), discorre especialmente sobre a questão das identidades nacionais fragmentadas. Para delinear a constituição das identidades o autor caracteriza-a como “algo formado, ao longo do tempo, através de processos inconscientes, e não algo inato, existente na consciência no momento do nascimento.” Dessa forma, Jadine optou por sua assimilação aos valores hegemônicos brancos, deixando de lado suas raízes negras.
Em muitas circunstâncias, a noção de identidade tem servido para criar distinções de condições de vida, ao mesmo tempo em que propicia o não reconhecimento das distinções individuais. Em outra perspectiva de identificação, a identidade inclui a pluralidade das características humanas e sociais. Não se considera o fato de que cada pessoa tem suas diferenças e que o conjunto delas constitui o mundo social.
De fato de que a identidade se constrói em movimento, o que provoca essas transformações constantes nos atores políticos, a identidade cultural de Jadine é formada e transformada continuamente em relação às formas pelas quais ela está representada nos seus sistemas culturais, no qual está inserida. Conclui-se que as diferentes construções de uma identidade deixam marcas no seu processo de formação e no modo como os sujeitos são posicionados dentro das sociedades.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante todo o percurso deste trabalho percebemos que a literatura nos ajudou a compreender os fatos sociais que marcaram o processo da trajetória da literatura negra norte-americana, como foi e é de uma grande importância para a compreensão não só para a produção literária negra nos EUA, mais também para toda história do país. Fazendo assim que surgissem escritores que tinham um olhar atento a tudo ao que se passava.
 E ninguém melhor para explorar e descrever a mulher negra americana do que a própria autora Toni Morrison, que construiu sua obra, sempre ressaltando e demonstrando as origens, a feminilidade e o principal propósito que era a condição da mulher negra na sociedade americana. Confrontando suas experiências de vida com suas obras literárias.
Mostrando a vaidade de Jadine uma negra que ascende socialmente e se integra com os brancos, passa por um processo de transformação identitária cultural e abandono de suas raízes e procurando assim construir sua “identidade”. Assim, o que dá ao texto literário tamanho abertura para reflexão sobre as questões identitárias presente no romance, na qual se faz presente à complexidade vivenciada pela personagem feminina mestiça. Ao criar esse tipo de personagem, a literatura cumpre um papel reflexivo como também o de crítica social. Por conseguinte, sendo um todo inacabado, essa pesquisa possibilitará o desenvolvimento de outras pesquisas em diversas perspectivas.

REFERÊNCIAS
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DIAS, Ana Luísa de Jesus Graça.  Recitatif” de Toni Morrison – Uma Possibilidade de Tradução. 71 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Ingleses e Americanos, Estudos de Tradução) – Universidade de Lisboa, Lisboa, 2011. Disponível em: <http://repositorio.ul.pt/handle/10451/4142>.
DIAS, Alfrancio Ferreira. DOS ESTUDOS CULTURAIS AO NOVO CONCEITO DE IDENTIDADE.
Disponível em: http://www.solidarius.com.br/mance/biblioteca/africa.htm, acessado no dia26/04/2014, às17: 20.
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(Disponível em http://www.embaixada-americana.org.br/HTML/ijse0209p/early.htm)
HALL, Stuart. Identidades culturais na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&ª, 2006.
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Disponível em:<http://oguari.blogspot.com.br/2013/09/a-literatura-engajada-de-toni-m. Acessado em: 02/05/2014, às18: 55.
LOPES, Mirna Leisi Coelho. Dissertação apresentada ao curso de (Mestrado do Programa de Pós-Graduação.Letras, área de concentração em Estudos Literários)- Universidade Federal de Santa Maria (UFSM-RS)-Santa Maria, RS-2009.
Disponível em: <http:// cascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_busca/arquivo.php,Acessado dia 01/05/2014,às16:04.
MORRISON, Toni.  Pérola Negra. Trad. Augusto Meyer Filho. Best Seller, 1981. 362p.
SILVA, Tomaz Tadeu da.Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 9ed. Petrópolis, RJ: vozes 2009.
SCHNEIDER, Liane. Feminismo, pós-modernismo e pós-colonialismo. In: Escritoras indígenas e a literatura contemporânea dos EUA. João Pessoa: Ideia, Ano 2008. P. 21-52.
Disponível  em:http://200.17.141.110/periodicos/revista_forum_identidades/revistas/ARQ_FORUM_IND_12/FORUM_V12_13.pdf>.
WOODWARD, Kathryn. Identidade e Diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomaz Tadeu da.Identidade e Diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 7ª ed. Petrópolis: Vozes, 2009.


[1] Este artigo faz parte da monografia de graduação intitulada: Metamorfose identitária: da personagem jadine childs no romance pérola negra de toni Morrison.
[2]Disponível em: http://www.solidarius.com.br/mance/biblioteca/africa.htm, acessado no dia 26/04/2014, às17: 20.
[3]Africano Inglês Americano (AAE), uma linguagem variedade que também foi identificada em diferentes momentos da dialectologia e estudos literários como Black Inglês, dialeto negro, e Negro (fora do padrão) Inglês. Disponível em: http://www.britannica.com
[4] Universidade Estadual de Nova York (SUNY) é um sistema de instituições públicas de ensino superior em New YorkEstados Unidos.
[5]Charles Mingus (22 de Abril de 1922  5 de Janeiro de 1979) foi um contrabaixista, compositor e ocasionalmente pianista de Jazz. Ele também ficou conhecido pelo seu ativismo contra a injustiça racial. Disponível em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Mingus